se eu pudesse te congelava, alienava você como bem
para ter a segurança de ser o que se é
de coisa familiar
porque coisa nova tira do eixo, desestrutura
mas é preciso se multiplicar, desdobrar, surpreender
tem emoção que é de não chorar
é de dar nó nas tripas
esmagar o peito
laranja quando acaba o caldo
pele envelhecida ao sol
menino na rua que dorme e a cidade circunda indiferente
prosa se esforçando pra ser verso
coisa opaca de momento
essa hora é assim
depois passa
e depois volta
até perder a força
e a humanidade poder sobreviver
de novo e de novo