sábado, 9 de julho de 2011

não sei recitar
não sei decorar
texto pronto
por isso aprisiono
as palavras aqui
nesse papel
pra quem sabe
poder dizer
que fui eu quem disse
mesmo que eu
desdiga tudo que visse
bah, que babaquice!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

roma ao contrário

o amor é uma ameaça
o amor é uma amarra
o amor que venceu
o amor que me roeu
o amor que me roubou
o amor que me doeu
o amor fez algazarra
o amor que nunca amara
o amor que amei de mim
o amor amor demais
o amor desparafusou
o amor de carne viva
o amor pegou de jeito
o amor da minha vida
o amor que põe viva
o amor dependente
o amor inconseqüente
o amor come minha boca
o amor me arranca os dentes
o amor esse sou eu
o amor, que sou eu?

poema ausente

ainda não sabes
mas emprestou seus olhos
para eu ver o mundo 
em verdes óleos
assim ao ver-te 
escorrer nas árvores
vestir as vitrines
dirigir meus transportes
homenageio você em mim
encurto o tempo
trago o espaço dos corpos 
(que nos separam)
para dentro de mim

ainda não sabes
onde moro em você
nas esquinas dos corações
onde espreito tuas batidas
respiro teu ritmo da noite
te embrulho hoje a lua
presenteio em homenagem
da falta que sinto
do cheiro da tua vaidade

ainda não sabes
aí de longe
que aqui está
que não sai de mim
não vai

ainda não sei
o tamanho desse negócio
uma ponte infinita
sem começo nem fim
fincada nessas margens -
você
mim