terça-feira, 26 de abril de 2011

às dezoito horas
te encontro lá embaixo
do pé de carambola
no topo do barranco
onde fica o pomar
de frutas que despencam
cítricas maduras e cegas

as frutas guardam doces
segredos e insetos
pois todos os beijos
ao longo dos tempos
sobre as folhas secas
perfazem amores
compotas e queijos

manhã

sabe aquela camisola antiga amarela?
sabe quando acordas com brilho nos olhos e remela?
sabe o cabelo remexido?
sabe o cheiro de cama amanhecida?
sabe os pés no chão ensolarado?
sabe um risinho sonado?

sem as máscaras maquiadas
sem esconder lindas feiúras
sem abafar desesperos d’alma
sem acanhar as dúvidas

sem meias
sem meias verdades
sem vestidos inteiros
sem amor trapaceiro

meu coração tão cheio
repousa quente nesse travesseiro

sexta-feira, 22 de abril de 2011

posso morrer
por amar demais
ou por não amar

posso viver
sem entender
sobre o nascer
sobre o viver

soterrada
sob um mar
de amar

segunda-feira, 11 de abril de 2011