sexta-feira, 8 de julho de 2011

poema ausente

ainda não sabes
mas emprestou seus olhos
para eu ver o mundo 
em verdes óleos
assim ao ver-te 
escorrer nas árvores
vestir as vitrines
dirigir meus transportes
homenageio você em mim
encurto o tempo
trago o espaço dos corpos 
(que nos separam)
para dentro de mim

ainda não sabes
onde moro em você
nas esquinas dos corações
onde espreito tuas batidas
respiro teu ritmo da noite
te embrulho hoje a lua
presenteio em homenagem
da falta que sinto
do cheiro da tua vaidade

ainda não sabes
aí de longe
que aqui está
que não sai de mim
não vai

ainda não sei
o tamanho desse negócio
uma ponte infinita
sem começo nem fim
fincada nessas margens -
você
mim

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