Eram pra ser botas naqueles vestidos.
Eu estive ali tão vestida naquele que não me cabe mais.
Ainda me botam essas que me servem, que vivem a apertar, dedo a dedo.
Tento meu espelho - ainda o mesmo - quando desnudo os cabides. Agora vazios, dependurados em meus medos. (Esses sós, um a um).
De sol a sol, olho o varal e valho o que vejo. (O que minha vista vestia em ti).
Meias inteiras molhadas, vestes meio úmidas e camisas tuas esturricadas.
Vestidos passados já furados.
Costuro a dedo, prendendo cada linha a cada furo, o passado no amassado.
O ponto presente desse vestido enviezado.
Teço por agora pra esse vermelho, que ao nascer fio, do frio se esquece.
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Reflexos
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