segunda-feira, 24 de outubro de 2016

escuro-e-ser

solitária noite
adentra muros interiores
cega o olho urbano de fumaça
retorna pontes atravessando o vazio

espelha-me em mim
a solitude presença das ausências

esburaca o asfalto
de poucas ruas e carros
madruga o ar parado

lampejos de sono com insônia
chopin me emociona

não posso mais noite escura
o avesso do meu dia é tua grande boca vazia

vadio, de dentro da camisola antiga
divago sobre a morada da lua
a cortina do sol
se a nuvem flutua

viúva de todas as mortes
enegrece o exagero de luz
ofusca meu ver demais
me cansa por andarilhar atrás

já fui criança
teu negro hoje
me faz crescer a sós
e só

Nenhum comentário: