solitária noite
adentra muros interiores
cega o olho urbano de fumaça
retorna pontes atravessando o vazio
espelha-me em mim
a solitude presença das ausências
esburaca o asfalto
de poucas ruas e carros
madruga o ar parado
lampejos de sono com insônia
chopin me emociona
não posso mais noite escura
o avesso do meu dia é tua grande boca vazia
vadio, de dentro da camisola antiga
divago sobre a morada da lua
a cortina do sol
se a nuvem flutua
viúva de todas as mortes
enegrece o exagero de luz
ofusca meu ver demais
me cansa por andarilhar atrás
já fui criança
teu negro hoje
me faz crescer a sós
e só
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