quinta-feira, 30 de outubro de 2008

SEM FIM

O QUE SERIA DE VOCÊ SEM TU,
O QUE SERIA D'EU SEM MIM.

O QUE SERIA DE VOCÊ SEM MIM,
O QUE SERIA DE TU SEM EU.

FRAGMENTO DE EU EM VOCÊ,
TU INTEIRO EM MIM.

PARA ONDE EU NÃO VOU TU NÃO ESTÁS,
ONDE TU ESTÁS TOMO VOCÊ PARA MIM.

NUNCA SEMPRE FOI ASSIM.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

inglês nem vê!

someone

sempre some

baby!

você se fucked

continuo aqui, bem here

come darling

come com a mão

I wish

ishiiiiiiiiiiiiiiiiiii

vixiiiii

um kisssssssss

wish

ishiiiiiiiiiiiiii

vixi

vinhetas animalescas

entro na caverna
quando o lobo come a perna
ovelha
tigresa
uma põe a outra na mesa
na conversa com a lontra
há sempre o do contra
boi servido no prato
até o dia que quem come o hómi é o pato
manchete: pitt bull mostra o dente
e come o dono "acidentalmente"
papagaio educado
manda do dono pro caralho
fui pescar lambari
um entrou na minha boca
e vivo o engoli (quase morri)
voltei logo para minha jaula (o 43 blocoA)
meu dono trancou e levou a chave
Ufa!
o choro do ontem
é o sangue que corre no hoje
economizando o suor de amanhã

por isso mi corazon és líquido


oxigênio no entra e sai dos orifícios
troca transparente dentro-corpo-casa
com fora-mundo-poluído

por isso mi peito gasoso


abóboras (inhas e ões) povoam minhas ideinhas
regadas com alecrim em dia de festa
(acompanha água em franca ebulição e sobre a mesa a rapa é dura)

por isso mi bocarra és sólida


som azul (blues) que inunda onda aérea
de drum'n'base com jazz do lounge
samba o cartola, sem firula, pretinha

por isso meus pés dançantesssssssssssssssssss


danço antes, danço logo que penso

domingo, 26 de outubro de 2008

bichinhos pontiagudos

inundam felizes

famosos

indefesos




pari!

rapsódia de aniversário

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

VERSÃO diversão

se tu foste inconsequente, eu também
se tu criança, eu mais ainda
a vida nos prepara
diversão e amizade

se a noite foi só uma
nunca acabou
a música me dança
somente para você

se tu quiseres mais, eu ainda não sei
se tu não fosse tu
o amor ia tão bem
bem de bem querer e comigo mais de cem

domingo, 19 de outubro de 2008

Maria do Sempre

Acordei grávida
Embarrigada de Maria

Quando nasceu, Maria das Dores do Parto
Quando gritou, Maria Aparecida
Quando batizou, Maria da Conceição
Quando criança, Maria das Graças
Quando adolesceu, Maria-vai-com-as-outras
Quando moça, Maria dos Prazeres
Quando desceu a ladeira, Maria do Carmo

A licença maternidade não dura a eternidade
Chamaram para cuidar então Dona Maria
Porque o trabalho resolve a necessidade

Maria Júlia, a jornalista
Maria Clara, a psicanalista
Maria Angélica, a dentista
Maria Joana, a advogada
Maria Flor, a poetisa
Maria Claudia, a professora

O mundo das Marias
vira pura alegria com a chegada de João
De tão bebê, transborda o coração

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Endereçado de encruzilhada

Ô tia Didi...

Porque não viras bruxa pra sanar o presente
Cartomante pra ver o futuro
Mãe de santo pra diluir o passado?

Affff, filha de ogum
Misifi!

êÊ

Extrovertida para dentro

Com você, o burocrático
Com os outros, o performático
Como histérica

Sozinha, enfadonha
Com lóri sob a fronha

No dia em que ela se colocou " se eu fosse eu"
Viu que sempre se removeu

Ela se derreteu e eu concluo que fudeu

O sexo ginástico
O encontro midiático
Deforma a forma aleatória
que também sei e sei que você sabe

Estou me preparando,
pode vir,
vem manso, mas vem

Enquanto isso olho a maçã, mordo a pera
e fico com cheiro de alho dos meus dedos

Quando enfiei no buraco quente e molhado,
as bactérias não tinham nada para me falar
Amistosamente saí

Ainda tento, daqui mesmo

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

PERFIL EM BLOCO

um pouco moreno
um pouco leminski
um pouco freud
um pouco fellini
um pouco lóri
um pouco clarice
um pouco doce
um pouco fanzine
de tudo em pouco
o pouco é muito

Vira tripa

eu falange
você esparadrapo

eu engolindo
você finge que é trapo

eu flagrando
você entra no mato

eu vi grande
você porta retrato

eu rolando
você em desacato

"nóis" não têm

acabou o vintém, meu bem

TECITURA

conversa frenética
conhece a pressa
de quem no fundo profética

formosura de criatura
vem rápido pra labuta
antes mesmo da fartura

falo com candura
mesmo que não entenda
sobre o que nada sei

ai ai ai, a vida dura...

verbo irregular


vi
vivi
e ouvi

depois quase arrependi
de medo de não ir

não sabia sobre ferir
acho que não posso conseguir

solidão de escapulir
extingüe a sobra do devir

em frangalhos prestes a explodir

não me salva nem o valdir
o amor se confunde com o amir

solto meu mais amarelado sorrir
ao mesmo tempo do ir

me mordi

domingo, 12 de outubro de 2008

Quem tem amigo de umbigo
É o membro da família escolhido
Está sempre protegido
Por esse amor antigo e infinito

De perto sente longe
De longe sente sempre
Lá dentro guardado
A lembrança e o guardanapo

Dos dias deitados no mato
Dos mergulhos no mar aberto
Das conversas de assuntos secretos

Inspirado o futuro de estar junto
O agora se confere em companhia
Gostosa e eternizada no coração e no sempre

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A-LUGAR ou HÁ LUGAR?


nos insterstícios da cidade
na dobra entre uma coisa e outra
no não lugar

entre o minhocão e o viaduto
entre a rua e o prédio
nos vãos do nada para o nada

coloca-se o abismo do que se quer esconder
encontram-se pessoas de não lugar
pessoas que se perdem como gente

gente que ganhou o nome que soma índio com gente
indigente, não gente
porque não gente-como-a-gente?

a cidade orgânica contrói veias para suas gentes
passar, se alocar, transitar, morar
mas há gentes que ficam fora

e a cidade se monta cada vez mais separada
condomínio, pandemônio empilhado
que finge segurado e empobrece o contato

cada vez mais estanque a diferença do dentro e do fora
do quê mesmo?
que só aumenta a dobra e a borda, que tece fronteira

delimita, empobrece e emburrece

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

ESCOND'EU


VESTE A FERA
SURGE O VERSO

EMPURRA A BESTA
NASCE PALAVRA

TINGE A PESTE
QUADRO ESCRITO

NO PURGATÓRIO DO MEU SANTO MUNDO
SEGUNDO SUBSOLO ANEXO B

LÁ ENCONTRA-SE
DO QUE NÃO SE ESPERA
AO QUE MORRE ANTES

MORO NA FENDA DA MINHA BRANCA ALMA

FLA FLU EM BLÁ


(Briga) entre parênteses
não meter-lhe-ei mesólise no meio
Fecho aspas" e saio fora

Dou um tempo
na outra linha
parágrafo, travessão

Aquele sujeitinho da oração
ora concorda direto, ora indireto

Em questão de concordância,
nem com a regência verbal.
Ela manda, o verbo submete

No confllito tônico
o fonema do afeto dá o tom
e eu corro largo, em pausa, para o ponto final.

O estado do civil


Não dispenso minha calcinha velha
Gosto mesmo é de música brega

Sensual é primeiro para mim
Nem sempre para você sou assim

Mexendo o brigadeiro na panela
Pensando em deixar a casa sob a luz das velas

Espero você deitada no corredor
Você sempre como bom ator

Representa o que se espera
Na rotina do palco, ação e reação

Roupa no varal, criança na escola
Na geladeira a coca-cola

Remendo o dia
Refaço a sujeira
Coloco tudo de bandeja

Segura a peteca junto assim
Mais junto, perto mesmo
Coladinho, corpo encaixado
Roçando, pé com pé
A mesma toalha, que seca a chuva e a lágrima

O acordar, o dormir
o viver
o viver com
o conviver

Não faz caso do acaso
Senão caso mesmo por contrato

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Diagnóstico fashion week


E o médico decretou: bipolar
Ora assim, ora assado, ora frito, ora cozido
Ora azul, ora amarelo
Cor da hora, hora que enrola

Numa hora deita e rola, outra hora baixa a bola
Mas só BI ora bolas ?
A bola rola,
uma hora a face negra outra hora face branca
a grama toca

Poliglota,
tri, quadri, polipolar
dos pólos ao centro em circunferência que irradia
forma, calor e cor

ora ora ora...às vezes penso que é lorota

do barulho ao silêncio...psiu!