quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A-LUGAR ou HÁ LUGAR?


nos insterstícios da cidade
na dobra entre uma coisa e outra
no não lugar

entre o minhocão e o viaduto
entre a rua e o prédio
nos vãos do nada para o nada

coloca-se o abismo do que se quer esconder
encontram-se pessoas de não lugar
pessoas que se perdem como gente

gente que ganhou o nome que soma índio com gente
indigente, não gente
porque não gente-como-a-gente?

a cidade orgânica contrói veias para suas gentes
passar, se alocar, transitar, morar
mas há gentes que ficam fora

e a cidade se monta cada vez mais separada
condomínio, pandemônio empilhado
que finge segurado e empobrece o contato

cada vez mais estanque a diferença do dentro e do fora
do quê mesmo?
que só aumenta a dobra e a borda, que tece fronteira

delimita, empobrece e emburrece

Um comentário:

Karina Paitach disse...

olá Grande Espírito Coração líquido!!!

Sou sua fã... puxa vida.. Já disse isso antes. Mas de tanto sentir isso devo dizer nova-mente!

SAUDADE!

karina