quarta-feira, 4 de março de 2009
tela
Explodiu o vazio em imagem, mas o balde continuou cheio.
Desta minúscula partícula celular particular não livra-te tão fácil.
Lutando na eco cincundante para sobreviver,
ao menos até o dia de partir, cujo tempo é pura incógnita.
Tempo de ter o que não há de se fazer,
nesta existência tão ausente de cores.
Escolheu hoje o preto, branco e vermelho.
Com palavras opacas, borradas, manchadas e difíceis de ler.
Era tinta vermelha, aquela que trouxe sangue à monotonia;
cinzenta, preta, e borrão de branco sobre o branco deste destino papel.
Mostrou hoje a pequena tela do que se resume a vida.
Em ondas que descendem ao nada e ascendem da linha da cor mais sem cor.
Não voltei do mar, que em olhar tornou líquida a dor.
Testemunhou a própria cor em palavrório e pincelada,
assim esbravejou a própria dor.
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