Há a fase do costume dos corpos.
As quenturas se dividem nas cobertas. Os cheiros se fundem - é você de cheiro de mim.
Os encaixes estabelecidos tornam os dias menos fúteis e os afazeres menos inúteis.
Fase dos olhos que enxergam antes o que a boca não vê durante a conversa.
Cala a língua de gosto insosso quando se dorme um sono de gosto comum.
Os objetos testemunham o balé de corpos que se conhecem mais do que a própria carne.
As falas ecoam os corredores pendurados de neologismos e dialetos de países de um habitante só.
As cadeiras acomodam as dores gastas para que as pernas bailem melhor.
Assim livres chinelem os pés da cozinha para a sala, da sala para o quarto, do quarto para o banheiro, do banho para a vida.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
filhote de peixe
banhe-se num rio antigo
o quanto tiver que aguar.
nade nas águas
que não param de correr.
boie em suas ondas
enquanto tenha o que deixar levar.
visite suas margens
o quanto tiver o que florecer.
desemboque no mar
assim que o delta chegar.
rebata na água salobra
até quanto queira se livrar.
há uma vida de peixe
que não se pode abandonar.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
boca do estômago
Não estou para papos nem opiniões
Estou para abraços, miados e arranhões
Não estou para chatos e bobalhões
Estou para bagunças e confusões
Não estou para fundo falso
Não estou para retrato
Não estou para miséria
Não estou para dieta
Estou para sonhos
Estou para amassos
Estou para poucos
Estou para engodos
Não estou para estar
(crescem proporcionalmente)
Estou para abraços, miados e arranhões
Não estou para chatos e bobalhões
Estou para bagunças e confusões
Não estou para fundo falso
Não estou para retrato
Não estou para miséria
Não estou para dieta
Estou para sonhos
Estou para amassos
Estou para poucos
Estou para engodos
Não estou para estar
(crescem proporcionalmente)
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