quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Café e prosa

Há a fase do costume dos corpos.
As quenturas se dividem nas cobertas. Os cheiros se fundem - é você de cheiro de mim.
Os encaixes estabelecidos tornam os dias menos fúteis e os afazeres menos inúteis.
Fase dos olhos que enxergam antes o que a boca não vê durante a conversa.
Cala a língua de gosto insosso quando se dorme um sono de gosto comum.

Os objetos testemunham o balé de corpos que se conhecem mais do que a própria carne.
As falas ecoam os corredores pendurados de neologismos e dialetos de países de um habitante só.
As cadeiras acomodam as dores gastas para que as pernas bailem melhor.
Assim livres chinelem os pés da cozinha para a sala, da sala para o quarto, do quarto para o banheiro, do banho para a vida.

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