terça-feira, 30 de novembro de 2010

dezembro chove?

a noite cheira molhado
pela janela de dezembro

prédios desde nascença
- com raízes de bairro -
crescem retângulos furados
e espiam por seus furos olhos

luzes azuis
nas quadradas janelas
espelham corpos horizontais

tão logo amanhece
corpos verticais
correm atrás
de um Papai Noel em fuga

o que será que dormem?
como será que compram?
onde será que sobram?
quando será que doam?

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