sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A-tuA

em ciclo ascendente
espiral amorosa

recoberta deste suor
melodioso
que só assim ouço

derretimento comprometido
junta-me os pedaços
com toda sua ajuda possível e inesperada

tô maior que eu amor meu

domingo, 14 de dezembro de 2008

o peso que assombra as escolhas
transita em estrada incerta sobre uma motocicleta
com piloto inebriado e encantado com o que se apresenta
ao acaso, se for o caso

ando sobre minhas próprias pernas
levemente dormentes, às vezes um tanto ausente

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MOvER

O encontro que move o mundo é movido pelo que mora e se esconde aqui,
entre as minhas mãos e seus cabelos.
Eu espero desmovida você vir, assim que partes.
Fazem parte de mim pedaços de vento que giram meu moinho
que constrói meu mundinho,
feito dos pés que se enroscam a cada limite desta moenda.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

o grande M

Menor que a pulga serve-se a criatura tolhida de suas potências, nudezas, prazeres e carnes.
Mesmo quando a fome arrebata dos pés às bocas.
Manto fumacento sem sinal de partida, ilumina qualquer sinal de saída neste caminho.
Mulher segue só, o que só seu, só sexo, com mais sol, pode servir, como serva e condessa, simultaneamente.
Mas arrepende não atender às próprias e impróprias sutilezas, mesmo que gritem em silêncio.
Mania de morder o que se aproxima desde quando se aprendeu ferida, chaga remediada e cicatrizada.
Manter como estão, os trapiches, os mares e embarcações, para o risco em controle, desejoso de jorro.
Meio viva, mesmo que morta, faces a escolher para a vida réptil na água e na terra.

domingo, 7 de dezembro de 2008

quase HAI KAI DE DOMINGO

DORMI CHEIRANDO À INTIMIDADE
ACORDO SABOR CAMA
PRA ESSE DIA MOLHADO

O SOL DA MINHA IDADE
PÕE SÓ AMOR
NESTE CORPO QUE ME FOI DADO

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

SObre SEr

Nos intervalos lutaram os que se queriam humanizados
Durante, aceitavam os que se queriam calados
Depois, desesperaram. Todos.

Entre o seu céu e a nossa terra
Os caminhantes passam
Ora vazios
Ora entretidos
Ora entre estranhos
Ora sem entranhas

Aos imbuídos de sonhos
Sempre se quiseram
Ser o que se eram.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

na selva com che

Com a idade venho aprimorando minha vulgaridade
Por simples fadiga da falsa moralidade,
que banha os contratos, os burrocráticos e principalmente os democráticos

Por simplesmente não achar possível a neutralidade
Dos bons modos, que higieniza o contato e deixa todo mundo
Com sorriso amarelo
Cara de bunda
De pastel amanhecido na vitrine

O asseio burguês é tão limpo que dá nojo
Esquiva da merda, privatiza o drama
Mas o pé sempre enfiadinho na lama


Sem frescura,
mas jamais perder la ternura!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Tecos

Sequer posso dizer não ao que não quero
Requer paciência ao que não se pode mover
Prefiro acreditar nisso, do que saber que fracassei

O que é certo é que perdi
Apenas nos lembra o buraco que é existir
Como gente neste mundo indigente e anti-gente

Não tente me fazer sorrir...sem mundo faz-de-conta
O fatalismo que cedo conheci me joga no devir
Mesmo que cabisbaixo, com as mãos sujas de lama

Nem deus sabe
Cato meus tecos hoje
Tento, juro que tento inteiro amanhã,
te encontro lá, lá no bo-teco!

Lá na rua da consolação