segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Há porções de teu cheiro ainda em cima da pia.
Conservo como está.

Ainda há café da tua boca na mesa da cozinha.
Misturo com farinha.

O teu cabelo ainda há no meu devaneio.
Enxáguo por inteiro.

Há solidão ainda em tua companhia.
Desisto do dia.

Há uma casa sempre precária, ainda que presa em teus dentes.
Feita de tijolos permanentes.

Agora,
ainda agora, já não há mais.

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