sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Declaração de alguma coisa

Bateu em minha porta, abri, jogou uma garrafa, do tipo jogada ao mar no náufrago, com o papel dentro.
Continha palavras doces, penetrantes, complicadas e perfumadas.
Sonada e sem entender, corri. Desci desenfreada,
com a porta aberta o gato fugiu, e não consegui nada na ponta da escada

Desconcertante como alguém sabe tanto sobre ti
ou há palavras universais que valem para qualquer um sorrir
Devaneiei como bonita o homem na frente
Achei tolo, vazio e esquisito

No meio do dia me peguei perguntando ao porteiro do prédio, ao bar da esquina
sobre o homem fugidio, esforçando-me por lembrar...sei que tinha cabelos escuros
mais alto do que meu horizonte e.......só
Por muitos dias pensei em todas as possibilidades, sem conclusão

Em pensamento, cada vez mais escasso, do incidente confusão
No mercado do bairro encontrei velha amiga
Entre o café e o pão de queijo ela me contou a mesma armação
Ao invés de garrafa era uma caixa

Hipnotizada como eu, escondeu do marido e se encheu de erotismo
Também nunca chegara a suspeita concreta, apenas notou que o colega de trabalho a paquera
Reconfortante é saber que de coisa parecida todos têm
Precisamos uns dos outros para saber que somos alguém

Nenhum comentário: