segunda-feira, 25 de agosto de 2008

PETIT MORT ET VIE

Na cidade encontrei corpos flutuantes
de olhos vazados e corpos desabitados
Enquanto meu peito flamejante
de corpo desejante e pulsante

A disciplina do desejo
põe o pensamento em movimento
enquanto o fora exige o nada
todos com cara de empilhamento

Assim desejo o tempo todo
quando fome, como
quando tesão, fodo
quando triste, engodo
quando alegre, estorvo

Os conhecidos sumidos
Os amigos ocupados
O calor necessitado
Vira coisa adormecida, que revira na cama
Nunca esquecida

Flor de tulipa, caule rijo, pétala entreaberta
Convida o irremediável instante de encontro
banhado de suor e palavras interrompidas
mecânica poética e frenética do gozo

A vida volta a ser cidade
Felizcidade leve e habitada
resumo anti-poético:
Tava andando na porra da cidade morrendo de fome
Um qualquer me deu um puta prato de macarrão
Entrei, comi, me lambuzei todinha, tava uma delícia
Saí mais gostoso do que entrei
A cidade menos porra
Tinha um vaso de tulipas

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