sábado, 9 de agosto de 2008

urbanóide paranóia paranóis

Pensa num planeta, que quer ser mundo
Imagina o mundo que é a Terra
Um país continental, tropical, fenomenal, sem igual
Gente pobre mais que gente rica
Um pedaço de terra que ocupa quase 3% desse país
Onde concentra o $ desse negócio todo
14 milhão de neguinho nesse mesmo espaço, que chamam de território
O lugar só podia ter nome de santo

Tem dias que esses 14 milhão
(Que sou eu, que não ninguém
Que todo mundo que é igual a mim
Que forma um bolo, chamado todo mundo ninguém-alguém)
Os 14 m... querem andar pelas mesmas 20 ruas
(lugar em linha reta ou curva criado pra boiada passar tudo igual, igual água pelo rio, merda pelo cano)
só que o volume de água/ merda/ pessoa não cabe mais, na rua/ rio/ cano
Porque quando o hómi inventou a rua não sabia que teria tanta gente/ água/ cocô
Aí já viu, entope....

Nesse pedaço de superfície do mundo, que era de terra
Terra que é esponja, de água, de chuva
O hómi passou uma coisa que não deixa a água entrar, como na esponja
Deixou uns buraquinhos não suficientes
Quando chove aumenta o entupimento de circulação
Porque quem mora nesse lugar é viciado em circular
Se não for fica sendo

Lembrando que gente/pessoa é diferente de água/ cocô
Que quando olha pra isso tudo de dentro,
(e não do olho de gente que olha o peixe no aquário)
Se espanta, choca, pede socorro, grita
Porque tá parado, entupido, impossibilidado e perdido na massa todo mundo ninguém
Não dá pra ir nem pra lá nem pra cá
mesmo que queira

"não sou ninguém, sou alguém
como cheguei nisso
como pode ser diferente?"

*relato poético (como ainda consigo?) do alter ego paulista que vos fala sobre o trânsito pós-chuva-fim-da-tarde desta semana. entidade já conhecida dos irmãos conterrâneos.

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