domingo, 3 de agosto de 2008

EPOPÉIA CARIOCA

Um carioca comum, acorda como num dia qualquer com uma tremenda vontade de comer couve flor. Foi ao mercado Zona Sul e lá encontrou mil frutas e legumes, o que quase o fez desistir da couve flor. Pelo caminho de volta passou pela Floresta da Tijuca quando avista uma chinesa que sedutoramente o convida a um banho de cachoeira. Ele pensa: “eu nasci em Ipanema, sempre freqüentei o Arpoador, com as mulheres lindas... bronzeadas”, mas estava mesmo era “caidaço” pela oriental. Seduzido e excitado deu uma bela comida na japonesa, que nessas alturas tanto faz a nacionalidade. Sabe quem era ela? Fazia parte da banda de uns japas malucos que fazem música brasileira, liderada pelo músico Kasufumi Mikagawa, isso mesmo, caso fume, eu me cagause, ha ha ha, piada péssima mas inevitável. Depois do show levou-a no Nova Capela na Lapa onde comeram rezando bolotas de bacalhau e arroz de brócolis com lula. Difícil mesmo era se comunicarem, mas no que interessa se entendiam bem. Como bom carioca da zona sul, pensou que poderia levá-la a praias diferentes. Foram à Joatinga e à Barra, presenteados com lindos dias azuis. Celeiro dos novos ricos do Rio de Janeiro, Miami é ali! Mas que linda praia, admitamos... Tarde convidativa a um passeio de bicicleta resolveu sozinho voltar à zona sul e andar pelo aterro do Flamengo, já enjoado de comida japonesa. Por falta do que fazer resolveu entrar no MAM e deparou-se com gravuras carioquíssimas sobre os contornos do Rio e de outros lugares do Brasil. A artista é Thereza Miranda. Falando em contornos, quem mesmo os aproveitou foi Niemeyer no MAC de Niterói. Enquadrou todos os cartões postais do Rio na maravilhosa nave flutuante de linhas sensuais, em acervo permanente, que muda de luz com o dia e com a noite. Sabia que lá há muitos amigos. O carioca os encontrou e resolveram ir à Santa Tereza, para onde subiram de bonde, a conjunção que resume o Rio em beleza e degradação, num tempo congelado e atemporal do começo do séc. XX. Opa, surgiu um show no Circo Voador e é pra lá que foram, numa noitada animadérrima. Quando então lembrou que tinha que trabalhar. Quase esquecia....Onde trabalha é em São Paulo, quando tomou a ponte aérea e pensou o quanto lá é uma lugar de gente que às vezes se esquece de se divertir. Sou o carioca protagonista que vos narra esta história do meu alter ego paulista.

Um comentário:

Larissa disse...

Está me parecendo um pouco familiar! ahahahahahaha... Mera coincidência com certeza.
Beijos da amiga carioca, ou do alter ego paulista, ou o contrário, tanto faz!